quinta-feira, 6 de março de 2014

Liberdade

A liberdade segundo "O livro dos Espíritos". Ao contrário do que muitos pensam, o autor deste livro não é Allan Kardec. Você não precisa ter medo, esse livro foi uma revelação do "Espírito da Verdade", que é um conselho de sábias Almas antigas que tem por missão difundir a verdade para os homens de boa vontade, mas em medidas controladas, pois a verdade revelada para o ignorante se torna a luz cegante que faz com que a Corsa seja atropelada ao atravessar a estrada na noite.

LIBERDADE NATURAL

825 - Há posições no mundo em que o homem possa se vangloriar de gozar de uma liberdade absoluta?
 - Não, porque todos necessitais uns dos outros, os grandes como os pequenos.

828 - Como conciliar as opiniões liberais de certos homens, com o despotismo que, frequentemente, eles próprios exercem no seu interior e sobre os seus subordinados?
 - Eles tem a inteligência da lei natural, estando ela contrabalançada pelo orgulho e pelo egoísmo. Eles compreendem o que deve ser, quando seus princípios não são uma comédia representada calculadamente, mas não o fazem.

ESCRAVIDÃO

829 - Há homens que sejam, por natureza, destinados a ser de propriedade de outros homens?
 - Toda sujeição absoluta de um homem a outro homem é contrária à lei de Deus. A escravidão é um abuso da força e desaparecerá com o progresso, como desaparecerão, pouco a pouco, todos os abusos.

830 - Quando a escravidão está nos costumes de um povo, os que dela se aproveitam são repreensíveis, visto que não fazem senão se conformar a um uso que lhes parece natural?
 - O mal é sempre o mal, e todos os vossos sofismas não farão com que uma ação má se torne boa. Mas a responsabilidade do mal é relativa aos meios que se tem de compreendê-lo. Aquele que tira proveito da lei da escravidão é sempre culpado de uma violação da lei natural, mas nisso como em todas as coisas, a culpabilidade é relativa. A escravidão, tendo passado nos costumes de certos povos, o homem pôde aproveitá-la de boa fé e como de uma coisa que lhe parecia natural, mas, desde que sua razão mais desenvolvida, e sobretudo esclarescida pelas luzes do Cristianismo, mostrou-lhe o escravo como um seu igual diante de Deus, ele não tem mais desculpa.

832 - Há homens que tratam seus escravos com humanidade; que não lhes deixam faltar nada e pensam que a liberdade os exporia a privações maiores; que dizeis deles?
 - Digo que estes compreendem melhor seus interesses. Eles tem também grande cuidado com seus bois e seus cavalos, a fim de tirar deles o maior proveito no mercado. Não são tão culpados como aqueles que os maltratam, mas dispõem deles como de uma mercadoria, privando-os do direito de serem independentes.

LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA

836 - O homem tem direito de entravar a liberdade de consciência?
 - Não mais que à liberdade de pensar, porque só a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, por suas leis, as relações de homem para homem, Deus, por suas leis da natureza, regula as relações do homem com Deus.

837 - Qual é o resultado dos entraves postos à liberdade de consciência?
 - Constranger os homens a agirem de modo contrário ao que pensam, torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.

838 - Toda crença é respeitável, mesmo que seja notoriamente falsa?
 - Toda crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças repreensíveis são as que conduzem ao mal.

839 - É repreensível escandalizar na sua crença aquele que não pensa como nós?
 - É faltar com a caridade e golpear a liberdade de pensar.

841 - Deve-se, em respeito à liberdade de consciência, deixar se propagarem doutrinas perniciosas, ou se pode, sem insultar a essa liberdade, procurar trazer de novo ao caminho da verdade aqueles que se perderam por falsos princípios?
 - Certamente se pode e, mesmo, se deve. Mas ensinar, a exemplo de Jesus, pela suavidade e a persuasão e não pela força, o que seria pior que a crença daquele a quem se quer convencer. Se há alguma coisa que seja permitido se impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o meio de os fazer admitir seja o de agir com violência: a convicção não se impõe.

842 - Todas as doutrinas tendo a pretensão de ser a única expressão da verdade, por que sinais se pode reconhecer aquela que tem o direito de se colocar como tal?
 - Será aquela que faz mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer, praticante da leio do amor e da caridade na sua maior pureza e na sua mais larga aplicação. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, porque toda doutrina que tiver por consequência semear a desunião e estabelecer uma demarcação entre os filhos de Deus, não pode ser senão falsa e perniciosa.

LIVRE-ARBÍTRIO (Resumido para os leigos)

Segundo eu Danghetti:" Todos tem liberdade de pensar, e portanto, a consequência de pensar é agir. Bons pensamentos dão origem à boas ações, e maus pensamentos dão origem às más ações, porém, existe uma terceira hipótese, pode-se considerar os efeitos das ações como consequência da consequência. Quero dizer, através da ação, seja ela boa ou má, as consequências de assim agir causam alterações nas vidas das outras pessoas de forma quase imprevisível. Por isso Deus prepara um ambiente na Terra onde as almas mais elevadas consideram primitivo e violento, mas dessa forma as almas ignorantes podem visualizar as consequências de suas atitudes e aprender com exemplos visuais.
     Todos tem dentro de si uma certa linha de pensamento própria de sua inteligência, porém às vezes a cultura do seu povo lhe impõe certas regras que podem parecer estranhas e lhe causam repúdio. Com medo de ser expulso e considerado rebelde, a pessoa pode optar por contrariar sua consciência, porém a consequência disso é evidente, acrescentando o "peso" na consciência é a forma que Deus encontra para lhe avisar do erro sem ferir seu livre-arbítrio.
     Se o homem tem instintos animais que são inferiores à sua cultura, será então considerado pelos homens um criminoso e será expulso e rebelde. O inverso também se faz verdadeiro, quando um homem inteligente e evoluído se faz presente em uma cultura primitiva e violenta, ele também é considerado rebelde e traidor, e pode ser expulso ou pior. Assim se faz o equilíbrio entre suas atitudes e sua consciência. Deus permite que se ponha peso na consciência até o quanto você suporta carregar, mas nenhuma má atitude passa impune e nenhum mau pensamento é origem de boas atitudes.
      Toda forma de perda da liberdade de pensamento, seja por ideologia ou seja por drogas químicas, transforma o homem livre pensante em uma besta ignorante, e essa condição de punição é uma ofensa à lei Natural de Deus, pois se Deus não quisesse evoluir nossa inteligência, não teria nos feito diferentes dos animais. Sendo assim, o Dom de pensar concedido por Deus se transforma em obrigação, e aqueles que fogem das obrigações são sempre punidos, seja nas leis de Deus ou mesmo na dos homens.
     Com o tempo todos os males que torturam a humanidade irão desaparecer, pois essa é a lei do progresso, tudo evolui para melhor sempre. Como toda estatística matemática sempre se torna crescente, o Bem sempre conquista novos adeptos, ao contrário do mal que sempre faz novos inimigos. Deus é justo e prepara sempre o melhor caminho, mas devemos estar conscientes e pensantes para usar o livre-arbítrio e escolher o melhor caminho, mesmo que esse caminho seja mais difícil e com mais obstáculos. "

862 - Há pessoas para as quais sai bem, e que um mau gênio parece perseguir em todas suas empreitadas; não há nisso o que se pode chamar fatalidade?
 - Há fatalidade, se a queres chamar assim; ela porém se prende à escolha do Gênero de existência, porque essas pessoas quiseram ser experimentadas por uma vida de decepção, a fim de exercitar sua paciência e sua resignação. Entretanto, não creiais que essa fatalidade seja absoluta; frequentemente, ela é o resultado de um caminho falso que tomaram, e que não está em relação com sua inteligência e suas aptidões. Aquele que quer atravessar um rio a nado, sem saber nadar, tem grande chance de se afogar; assim é na maior parte dos acontecimentos da vida. Se o homem não empreendesse senão coisas compatíveis com suas faculdades, ele teria êxito quase sempre; o que o perde é seu amor-próprio e sua ambição que o fazem sair de seu caminho e tomar, por uma vocação, o desejo de satisfazer certas paixões. Ele fracassa e a culpa é sua; mas em lugar de tomá-la sobre si, prefere acusar sua estrela. Tal seria um bom operário e ganharia honradamente sua vida, que seria um mau poeta e morreria de fome. Haveria lugar para todos, se cada um soubesse se colocar no seu lugar.

863 - Os costumes sociais não obrigam, frequentemente, um homem a seguir contra sua consciência?
 - São os homens que fazem os costumes sociais e não Deus; se se submetem a eles é porque isso lhes convém, e o fazem por um ato de seu livre-arbítrio visto que, se o quisessem, poderiam libertar-se deles; nesse caso, porque se lamentar? A origem dos costumes sociais que devem acusar está no tolo amor-próprio daqueles que o sustentam. Ninguém lhes recompensará por esse sacrifício feito à opinião pública, enquanto que o verdadeiro sacrifício está em trocar a sua própria Vaidade pela caridade feita aos outros.


CONCLUSÃO

     É muito simples. Você com certeza absoluta está com uma dúvida na cabeça agora. "Mas o Danghetti lê pensamentos também? É bruxo?", não meu filho, você está com dúvidas porque você está vivo! Sendo vivo na Terra, e não sendo o meu Mestre Jesus Cristo, significa que automaticamente você NÃO está pronto para entrar no paraíso, no Reino de Deus. Isso é fato, quem não está lá está aqui e vice-versa. Então as dúvidas que você tem agora precisam de respostas, e quando as respostas não lhe agradam o intelecto surge uma revolta. Vamos analisar essa revolta por um momento. Toda consequência teve uma causa de origem, lei natural. Portanto, quando você diz pra mim:" Danghetti, seu cabelo parece de uma mulher e eu vou cortar agora." , isso me causa muita revolta e ofensa. A origem dessa revolta podemos chamar de "Vaidade". Vaidade é a expressão do amor-próprio, é egoísmo. Assim como a maioria dos Brasileiros são carecas ou raspam a cabeça, assim como era no antigo Egito, era assim na maioria das culturas humanas de países tropicais ou desérticos, eu tenho por obrigação social acompanhar meus compatriotas e raspar minha cabeça também. Mas Minha vaidade não deixa, sou escravo de minha vontade.
      Assim definimos as causas de nossas revoltas em duas categorias: as causas pensadas, ou racionais, e as causas orgulhosas, ou irracionais. Então, podemos assim definir padrões de irracionalidade nas nossas culturas e nos nossos costumes e crenças. Certa vez eu assistindo um programa rural sobre a vida no campo, um agricultor simples e humilde estava cortando a crina do cavalo, deixando o cavalo careca. O repórter perguntou qual a finalidade do corte e o agricultor respondeu:" É porque o cabelo rouba muito sangue do cavalo e ele fica fraco." Esse é um exemplo de crença de fé. Um simples exame científico pode colocar um fio de cabelo sobre um microscópio e deve-se perceber que dentro do fio do cabelo não circula sangue nenhum. O cabelo é constituído de queratina, o mesmo material que faz nossas unhas. Portanto essa crença não tem fundamento científico, é uma crença puramente vaidosa, estética, para conformação social.
      Assim definimos também nossas atitudes políticas. Em muitos textos religiosos vemos muitas contradições, primeiro o texto promove a solidariedade e a caridade, mas a seguir promove a violência contra os infiéis. A origem dessas revoltas políticas está em nós mesmos, nas nossas vaidades, nossos orgulhos a que o texto chama de amor-próprio. Quando um pobre cospe no chão e amaldiçoa um rico, não é para desejar a pobreza para o rico, mas porque ele mesmo desejaria ser rico e alimentar toda a sua vaidade reprimida por sua condição social. Vizinhos que se odeiam por vezes tem muito em comum, e assim espelham suas próprias fraquezas no comportamento do outro. Irmãos que disputam o amor da mãe estão apenas se afirmando como inseguros e o sentimento de falta de amor é apenas egoísmo em não ser capaz de fazer a solidariedade para estranhos.
      Todas as consequências tem causas, e poucas delas são vontade de Deus, e uma das consequências da violência do mundo é a incapacidade do orgulhoso de assumir suas responsabilidades. A violência não vem de Deus, não foi Deus que colocou a ordem de matar nos textos religiosos, quem tem vontade de matar é o orgulho e a vaidade do homem ignorante. Porque Deus mataria a sua própria criação? Isso seria uma coisa muito idiota, você acha o criador do Universo um idiota que escreve, apaga, escreve, apaga, faz e desfaz, pinta de branco e depois olha, coça a barba e pinta de azul? Tenha mais respeito para seu Criador, isso é o mínimo, é a primeira coisa que qualquer criatura deve como responsabilidade.
     Nós somos responsáveis pelos nossos defeitos, e a única coisa que Deus nos pede é "Por favor meus filhos, respeitem a Minha criação, tudo que Eu fiz foi por amor, mas vocês ainda são muito animalescos, muito violentos, muito destrutivos. Destruir é fácil, mas vocês devem rejeitar o fácil, pois construir é divino, e Eu espero que aprendendo com seus erros vocês se tornem Divinas criaturas, cheias do amor que Eu ofereço a vocês. "
     A verdadeira liberdade não está em fazer tudo que sua vontade manda, isso é ser escravo da sua vontade. A verdadeira liberdade está na consciência limpa, sem remorsos, com a certeza de estar fazendo o bem, o melhor para você e para seu vizinho. A liberdade é aquela sensação de vitória quando se abandona o vício, quando seu trabalho se completa, quando seu filho se casa, quando a semente se torna árvore, a vitória no bem, nas sete virtudes: Caridade, Humildade, Paciência, Trabalho honesto, moderação, Generosidade, castidade.

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