quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Conheça Nosso Pai

bom dia irmãos, nessa noite mau dormida achei inspiração para ler um pouco, e bem no começo do livro "A Gênese" de Allan Kardec eu encontrei uma revelação de tirar o fôlego. A melhor explicação de "O que é Deus?"

Capítulo 1, pag 24 da edição 1980 da Federação Espírita Brasileira.

21 - Moisés, como profeta, revelou aos homens a existência de um Deus único, Soberano Senhor e Orientador de todas as coisas; promulgou a lei do Sinai e lançou as bases da verdadeira fé. Como homem, foi o legislador do povo pelo qual essa primitiva fé, purificando-se, havia de espalhar-se por sobre a Terra.

22 - O Cristo, tomando da antiga lei o que é eterno e divino e rejeitando o que era transitório, puramente disciplinar e de concepção humana, acrescentou a revelação da vida futura, de que Moisés não falara, assim como a das penas e recompensas que aguardam o homem, depois da morte.

23 - A parte mais importante da revelação do Cristo, no sentido de fonte primária, de pedra angular de toda a sua doutrina é o ponto de vista inteiramente novo sob que considera ele a Divindade. Esta já não é o Deus terrível, ciumento, vingativo de Moisés; o Deus cruel e implacável, que rega a terra com sangue humano, que ordena o massacre e o extermínio dos povos, sem executar as mulheres, as crianças e os velhos, e que castiga aqueles que poupam as vítimas; já não é o Deus injusto, que pune um povo inteiro pela falta do seu chefe, que se vinga do culpado na pessoa do inocente, que fere os filhos pelas faltas dos pais;

Mas, sim, um Deus clemente, soberanamente justo e bom, cheio de mansidão e misericórdia, que perdoa ao pecador arrependido e dá a cada um segundo as suas obras. já não é o Deus de um único povo privilegiado, o Deus dos exércitos, presidindo aos combates para sustentar a sua própria causa contra o Deus dos outros povos; mas, sim, o Pai comum do gênero humano, que estende a sua proteção por sobre todos os seus filhos e os chama todos a si; já não é o Deus que recompensa e pune só pelos bens da Terra, que faz consistir a glória e a felicidade na escravidão dos povos rivais e na multiplicidade da progenitura, mas sim, um deus que diz aos homens: " A vossa verdadeira pátria não é desse mundo, mas no Reino Celestial, lá onde os humildes de coração serão elevados e os orgulhosos serão humilhados."

Já não é o Deus que faz da vingança uma virtude e ordena que se retribua olho por olho, dente por dente; mas, sim, o Deus da misericórdia, que diz:" Perdoai as ofensas, se quereis ser perdoado; fazei o bem em troca do mal; não façais o que não quereis que vos façam."

Já não é o Deus mesquinho e meticuloso, que impõe, sob as mais rigorosas penas, o modo como quer ser adorado, que se ofende pela inobservância de uma fórmula(ritual); Mas, sim, o Deus grande, que vê o pensamento e que se não honra com a forma(Deus não precisa de sacrifícios materiais, porque Deus é a causa primária da existência da matéria. Se lhe faltar matéria, Ele a faz.)

Enfim. Já não é o Deus que quer ser Temido, mas, sim, o Deus que quer ser Amado.

25 - Toda a doutrina do cristo se funda no carácter que ele atribui à Divindade. Com um Deus imparcial, soberanamente justo, bom e misericordioso, ele fez do amor de Deus e da caridade para com o próximo a condição indeclinável da salvação, dizendo: Amai a Deus sobre todas as coisas e o vosso próximo como a vós mesmos; nisto estão toda a lei e os profetas; não existe outra lei. Sobre esta crença, assentou o princípio da igualdade dos homens perante Deus e o da fraternidade universal. Mas, fora possível amar o Deus de Moisés? Não, só se podia temê-lo.

A revelação dos verdadeiros atributos da Divindade, de par com a da imortalidade da alma e da vida futura, modificava profundamente as relações mútuas dos homens, impunha-lhes novas obrigações, fazia-os encarar a vida presente sob outro aspecto e tinha, por isso mesmo, de reagir contra os costumes e as relações sociais. É esse o ponto Capital da revelação do Cristo, cuja importância não foi compreendida suficientemente e , contrista dizê-lo, é também o ponto de que mais a Humanidade se tem afastado, que mais há desconhecido na interpretação dos seus ensinos.

26 - Entretanto, o Cristo acrescenta:" Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendereis e muitas outras teria a dizer, que não compreenderíeis. Por isso é que vos falo por parábolas; mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito da Verdade, que reestabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas." João XIV - Mateus XVII

28 - Se o Cristo não pôde desenvolver o seu ensino de maneira completa, é que faltavam aos homens conhecimentos que eles só podiam adquirir com o tempo e sem os quais não o compreenderiam; há muitas coisas que teriam parecido absurdas no estado dos conhecimentos de então. Completar o seu ensino deve entender-se no sentido de explicar e desenvolver, não no de ajuntar-lhe verdades novas, porque tudo nele se encontra em estado de gérmen, faltando-lhe só a chave para se aprender o sentido das palavras.

36 - Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a subjeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime, em lógica, ao fato material da reencarnação. Se pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais, e por conseguinte, o da liberdade.

Carta do Espírito da Verdade

" Nós existimos, logo o nada não existe; eis o que somos e o que sereis; o futuro vos pertence, como a nós. Caminhais nas trevas, vimos clarear-vos o caminho e traçar-vos o roteiro; andais ao acaso, vimos apontar-vos a meta. A vida terrena era, para vós, tudo, porque nada víeis além dela; vimos dizer-vos, mostrando a vida espiritual; a vida terrestre nada é. A vossa visão se detinha no túmulo, nós vos desvendamos, para lá deste, um esplêndido horizonte. Não sabíeis por que sofreis na Terra; agora, no sofrimento, vedes a justiça de Deus. O bem nenhum fruto aparente produzia para o futuro. Doravante, ele terá uma finalidade e constituirá uma necessidade; a fraternidade, que não passava de bela teoria, assenta agora numa lei da Natureza. Sob o domínio da crença de que tudo acaba com a vida, a imensidade é o vazio, o egoísmo reina soberano entre vós e a vossa palavra de ordem é: " Cada um por si." Com a certeza do porvir, os espaços infinitos se povoam ao infinito, em parte alguma há o vazio e a solidão; a solidariedade liga todos os seres, aquém e além da tumba. É o reino da caridade, sob a divisa:"Um por todos e todos por um." Enfim, ao termo da vida, dizíeis eterno adeus aos que vos são caros; agora, dir-lhes-ei: Até breve."

Vou parar por aqui senão acabo escrevendo o livro todo. Forte abraço meus irmãos e lembrem-se; " Um por todos e todos por um".

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